64.000 homicídios e latrocínios de cidadãos por ano. 62.000 estupros, milhares de roubos, e uma média de 600 políciais mortos por ano. Isso por si só é desastroso, principalmente quando sabemos que a insegurança do país se originou com a má administração do governo no estado de São Paulo. O governo tucano com vários fracassos na área de segurança pública dentre outros setores, isso sem falar dos inumeros escandalos de corrupção. Fazendo que o crime organizado e as facções criminosas se espalhassem e se multiplicassem pelo resto do país como uma doença. Mas o que é mais dantesco e ultrajante é descobrir o conluio desta administração com a facção criminosa. O que somos apenas gado para o abate? E nossos policiais e agentes de segurança, meros brinquedos nas mãos para dar aparência de um Estado constituído, onde suas mortes são aceitas como " ossos do ofício".
O fato é que uma investigação iniciada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em 2016 aponta que Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da estatal paulista de construção de rodovias, Dersa, ordenou o pagamento de pelo menos R$ 740 mil em dinheiro a integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no ano de 2009. E nesta investigação o ex-diretor, mais conhecido como Paulo Preto, é apontado como operador de propinas do PSDB durante o governo de José Serra (PSDB) em São Paulo. Segundo os autos do processo que correu no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), ao menos 37 pessoas envolvidas com a criminalidade da região do Jardim São Francisco e do Jardim Oratório, na zona sul da capital, foram indenizadas indevidamente. As irregularidades teriam ocorrido em meio a desapropriações para as obras do trecho Sul do Rodoanel Mário Covas e o prolongamento da Avenida Jacu-Pessêgo. A obra foi entregue em 2010.
Segundo a investigação do MP dentre as 37, 13 possuem passagem pela cadeia por crimes como homicídio, tráfico de drogas, roubo, entre outros. Nenhuma dessas pessoas teria direito aos cerca de R$ 20 mil que receberam cada, em um total de R$ 740 mil. A quadrilha da região seria liderada por dois traficantes, Gilson, conhecido como Boca, e Rubão, conhecido como Pernambuco. A investigação do MP-SP aprofundou a apuração para chegar ao nome real dos dois, quando identificou os outros 35 envolvidos. O dinheiro foi cobrado pelos integrantes da quadrilha para permitir a execução da obra pelos engenheiros e operários nos bairros citados, dominados pelo crime organizado e por onde passa o traçado do Rodoanel.
Durante depoimento ao promotor Cássio Roberto Conserino em 2016, José Geraldo Casas Vilela, funcionário de Paulo Preto na Dersa, também denunciado no caso, relata que els chegaram a receber na seda da Dersa uma carta com ameaças, assinada por traficantes do PCC. A investigação foi iniciada após um funcionário da Dersa, em 2014, denunciar irregularidades no cadastramento de pessoas para desapropriações na empresa pública ao MP-SP. A chefe do denunciante e ex-funcionária de Paulo Preto, Mércia Ferreira Gomes, firmou uma colaboração premiada com o MP-SP em maio de 2016 e contou para o promotor Conserino as irregularidades que aconteciam nas obras do Rodoanel. Mércia ainda contou que foi ameaçada de morte por Paulo Preto caso colaborasse com as investigações.
Ainda segundo a delatora, criminosos armados e seus representantes compareciam à sede da Dersa, no Itaim, em São Paulo, para receber as indenizações. O dinheiro vivo era entregue em caixas e mochilas. Ela contou que Hamilton Clemente Alves, que seria então assessor do hoje ex-deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), intermediava o contato entre a quadrilha e Paulo Preto.
CONDENAÇÕES
No início deste ano, Paulo Preto foi condenado a 145 anos de prisão neste processo pela Justiça Federal em São Paulo. José Geraldo Casas Vilela também foi condenado a 145 anos de prisão por conta das cerca de 1700 desapropriações irregulares. Também neste ano, Paulo Preto foi condenado em outra ação do Rodoanel, sobre o cartel das empreiteiras, a 27 anos de prisão. Ele está preso e responde a outros processos na Lava Jato em Curitiba e em São Paulo.
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