Pode parecer uma pergunta estranha, mas eu li muitas publicações, inclusive em sites internacionais de sobrevivencialistas que defendem esta ideia. Já vi argumentos do tipo: Se meu filho estiver doente ou com fome, em um cenário de crise talvez eu seja movido a atacar quem tem suprimentos. E também já vi um outro em sua postagem sobre as utilidades de ter um cão, onde ele escrevia entre diversas outras serventias em "um cenário altamente crítico" o cão pode também servir de fonte de proteína. Mas será isso mesmo? Ou certo e o errado são apenas convenções sociais? No mundo sem regras temos que estar aberto ao relativismo moral? Então a ocasião realmente faz o ladrão? Os criminosos então estariam corretos em dizer que roubam pois vivem na miséria?
Sinceramente discordo de tal posicionamento. Acredito que haja pessoas, mesmo dentro do sobrevivencialismo que gostariam de vivenciar uma situação de crise em larga escala para exercer o seu pior que esta trancado dentro de si, que não tem coragem de demonstrar no seu dia a dia, por causa das consequências, e reprovação social. Pois em nossas preparações deve existir além do preparo físico, deve haver a preparação mental e espiritual, ou nos tornaremos meros animais, sem qualquer limite, ou na descrição do autor americano, o tenente-coronel Dave Grossman que desenvolveu a Killologia, seremos lobos. Todos nascemos com um bússola moral e toda vez que agimos contrário a ela pagamos o preço. Invariavelmente acaba em dor e sofrimento para quem prática tal ato assim como as pessoas a sua volta. Quem assistiu a série Breaking Bad, onde um professor de química do ginásio com doença terminal começa a produzir drogas para deixar algum dinheiro para a esposa grávida e seu filho com paralisia cerebral, viu o que trouxe os seus atos trouxeram a sua família e amigos no fim: ódio, morte, e muita dor.
Para conseguir dinheiro para sua família o Prof. Walter White da série Breaking Bad se tornou chefe de uma facção criminosa trazendo dor, sofrimento e morte para todos a sua volta.
Acho que talvez tais atitudes e discursos estejam mais de acordo com a forma de agir e pensar de psicopatas sejam estes: criminosos, políticos corruptos, líderes de movimentos de esquerda, que fazem qualquer coisa para sobreviver e se manter em seus objetivos. Acredito ainda que esta forma de pensar está muito longe de um sobrevivencialista, cujo objetivo é buscar a sua sobrevivência sempre equalizando suas ações e as consequências destas, e buscando se possível ajudar e orientar as pessoas a sua volta, como um cão pastor, as conduzindo para um mundo melhor, e não as enxergando como recurso como o personagem sanguinário Negan, da série The Walking Dead. Semper fie.
O sanguinário Negan da série The Walking Dead nunca cansa de dizer: Pessoas são recurso.
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