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Histórias que a esquerda não conta: Os Gulags


Estou começando uma série de artigos sobre as verdades que a esquerda não conta. Diante de tanta desinformação e mentiras que a esquerda/socialista/comunista/marxista propaga é inevitável e vital que seja mostrada com clareza a miséria, morte e destruição que a doutrina que Karl Marx desenvolveu junto com posteriores teóricos da escola escola de Frankfurt.


Nesta primeira matéria vamos falar sobre as Gulag, campos de concentrações onde eram mandados todos que fossem considerado inimigos da revolução socialista russa, ficando claro que nunca houve, nem em seu berço qualquer intenção de se fazer qualquer bem ao povo ou a humanidade. E muito ao contrário, essa maldita doutrina foi responsável pelos piores horrores da humanidade.



Gulag, inferno vermelho

Gulag era um sistema de campos de trabalhos forçados para criminosos, presos políticos e qualquer cidadão em geral que se opusesse ao regime na União Soviética (todavia, a grande maioria era de presos políticos; no campo Gulag de Kengir, em junho de 1954, existiam 650 presos comuns e 5200 presos políticos). Antes da Revolução, o Gulag chamava-se Katorga, e aplicava exatamente a mesma coisa: pena privativa de liberdade, pena de trabalhos forçados e pena de morte. Os bolcheviques continuaram a tradição autocrática-imperial russa em uma escala dezenas de vezes maior e em condições muito piores, nas quais até o canibalismo existiu. A criminalização da dissidência política era regra tanto na antiga União Soviética quanto no Império Russo Czarista (que também criminalizava heresias religiosas). Além de presos políticos, havia presos condenados por vadiagem, furto, roubo, agressão, homicídio e estupro. Finalmente, a antiga União Soviética passou por guerras internas e externas, assim como o Império Russo, então uma parte desses presidiários eram prisioneiros de guerra.


O sistema funcionou de 25 de abril de 1930 até 1960[11]. Foram aprisionadas milhões de pessoas, muitas delas vítimas das perseguições de Stalin, as consideradas "pessoas infames", para a chamada "Pátria Mãe" (a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), e que deveriam passar por "trabalhos forçados educacionais" e merecerem viver na chamada "Pátria Mãe".


O Gulag tornou-se um símbolo da repressão da ditadura de Stalin. Na verdade, as condições de trabalho nos campos eram bastante penosas e incluíam fome, frio, trabalho intensivo de características próprias da escravatura (por exemplo, horário de trabalho excessivo) e guardiões desumanos. Floresceram durante o regime chamados pelos historiadores de stalinista da URSS, estendendo-se a regiões como a Sibéria e a Ucrânia, por exemplo, e destinavam-se, na verdade, a silenciar e torturar opositores ao regime, incluindo entre eles anarquistas, trotskistas e outros marxistas. Embora algumas vezes comparado aos campos de concentração nazistas, os motivos que presidiram à construção de ambos são bastante diferentes: para os gulags, as motivações eram tanto a punição por crimes comuns e não de guerra, como ideologias contrárias ao comunismo, delitos de opinião, roubo, estupro, imoralidade, vadiagem, etc., como também aos adversários políticos do comunismo, enquanto para os campos de concentração a motivação era predominantemente racial (bastante controvertido entre os historiadores, pois o "racial" tinha conotação de ideologia).


O número de presos cresceu gradualmente a partir de 1930 (179.000) para 1934 (510.307), quando cresceu mais rapidamente em 1938 relacionado a expurgos (1.881.570), e, em seguida, diminuiu durante a Segunda Guerra Mundial por causa de recrutamento para o Exército Vermelho (1.179.819 em 1944). Em 1945 voltou a crescer até 1950, atingindo um valor máximo (cerca de 2.500.000), que se manteve praticamente constante até 1953. Os fluxos de entrada e saída dos campos era muito substancial, o número total de detentos entre 1929 e 1953 é de cerca de 18 milhões. Como parte do mais amplo "trabalho duro", se deve adicionar cerca de 4 milhões de prisioneiros de guerra, e pelo menos 6 milhões de "especiais", ou seja, de camponeses que foram deportados durante a coletivização , para um total de 28.000.000.


O número de mortes ainda está sob investigação, um valor provisório é de 2.749.163. Este número não leva em conta as execuções relacionadas com o sistema judicial (as execuções apenas por razões políticas são de 786.098). Segundo dados soviéticos morreram no gulag 1 053 829 pessoas entre 1934 e 1953, excluindo mortos em colónias de trabalho. Os campos recebiam também prisioneiros de outras nacionalidades, incluindo cidadãos americanos. Em 1931, a Amtorg Trading Corporation (primeira representação comercial soviética nos Estados Unidos) recrutou milhares de trabalhadores americanos, que sofriam as consequências da Grande Depressão, atraindo-os com promessas de boas condições de trabalho. Estes trabalhadores, que contribuíram para o desenvolvimento indústria da URSS, eram dispensados quando não mais necessários e poucos conseguiram retornar aos EUA. Muitos, foram enviados aos Gulags, permanecendo detidos ali por anos. O telefilme de 1982 Coming Out of the Ice (pt. Atrás da Cortina de Gelo), baseado no livro homônimo, dramatiza a vida de Victor Herman, paraquedista estadunidense que passou 18 anos detido na Sibéria por recusar-se a adotar a nacionalidade soviética após bater o recorde de salto em queda livre.

Os presos gulag foram forçados a construir o Canal do Mar Báltico-Branco (Belomorkanal) entre 1931 e 1933. De acordo com registros e contas oficiais nas obras de Aleksandr Solzhenitsyn, entre 12.000 e 240.000 trabalhadores morreram durante a construção do canal.

Segundo Werh Nicolas, um historiador francês do Centre National de la Recherche Scientifique, em Paris, no livro "História da Rússia no século XX" nas páginas 318-9 se lê textualmente: "As estimativas do número de presos no Gulag no final dos anos trinta variam entre 3.000.000 (Timasheff, Bergson, Wheatcroft) e de 9 a 10.000.000 (Dallin, Conquest, Avtorkhanov, Rosefielde, Solzhenitsyn). Os arquivos do Gulag, confirmados pelos dados dos censos de 1937 e 1939, em documentos dos Ministérios da Justiça, do Interior e da Procuradoria Geral, dão um valor de cerca de 2.000.000 prisioneiros em 1940 (cerca de 300.000 em 1932, e de 1.200.000, no início de 1937). O número acumulado de entradas no Gulag durante os anos 30 tendo em conta a alta rotatividade dos detentos é cerca de 6.000.000 pessoas. "No mesmo livro na página 416, lemos: "Como evidenciado pelos arquivos do Gulag, recentemente exumados, nos anos 1945-53 houve um forte aumento no número de prisioneiros nos campos de trabalho Gulag (passando de 1.200. 000 para 2.500.000 entre 1944 e 1953) e o número de deportados "especiais" de 1.700.000 em 1943, para 2.700.000 em 1953.



O Caso Nazino, Ilha dos canibais

O Caso Nazino foi a deportação em massa de 6.000 pessoas, para a ilha de Nazino na União Soviética em 1933 das quais mais de 4 000 morreram. A pequena e isolada ilha da Sibéria ocidental está localizada a cerca de 800 km ao norte de Tomsk, no distrito de Alexandrovsky, no Oblast de Tomsk, perto da confluência dos rios Ob e Nazina. Ela é chamada de "Ilha da Morte" (russo: Остров Смерти, Ostrov smerti) ou "Ilha dos Canibais", porque cerca de 4.000 a 6.000 "colonos especiais" soviéticos morreram ali durante o verão de 1933, depois de terem sido abandonados, com apenas farinha para alimento, poucas ferramentas, roupas ou abrigo.

As barcaças chegaram na ilha de Nazino durante a tarde de 18 de maio, uma ilha pantanosa com cerca de 3 km de comprimento e 600 metros de largura. Não havia lista dos deportados que desembarcam, mas à chegada foram contados 322 mulheres e 4.556 homens, além de 27 corpos de pessoas que morreram durante a viagem de Tomsk até a ilha. Mais de um terço dos deportados eram fracos demais para ficar em fila na chegada. Cerca de 1.200 deportados adicionais chegaram em 27 de maio.


Assim que as vinte toneladas de farinha foram depositados na ilha e a distribuição começou, iniciaram diversos conflitos e os guardas atiraram contra os deportados, sendo a farinha transferida para a margem oposta a ilha. A distribuição na ilha foi iniciada novamente na manhã seguinte, com mais brigas e mais disparos. Depois disso, toda a farinha foi distribuído via "brigadeiros" que coletaram farinha para sua brigada com cerca de 150 pessoas. Os brigadeiros eram muitas vezes criminosos que abusaram de suas posições. Não havia fornos para assar pão, de modo que os deportados comiam a farinha misturada com água do rio, o que levou a disenteria. Alguns deportados fizeram jangadas primitivas para tentar escapar, mas a maioria destas afundou provocando diversas mortes. Os guardas caçavam e matavam outros fugitivos, como se estivessem caçando animais por esporte. Por causa da falta de transporte para o resto do país, excepto a montante do rio, em Tomsk, e a dureza da vida na Taiga, a totalidade dos outros fugitivos foi presumida como mortos.


Em 21 de maio os três oficiais da saúde contaram 70 novas mortes por efeitos de canibalismo observados em cinco casos. Durante o mês seguinte cerca de 50 pessoas foram presas por canibalismo. No início de junho, 2.856 deportados foram transferidas para assentamentos menores a montante do rio Nazina deixando apenas 157 deportados na ilha, que não puderam ser transferidos por razões de saúde. Várias centenas dos deportados morreram durante a transferência, outros 1500 a 2 000 deportados morreram na ilha e centenas de fugitivos haviam desaparecido. Os que sobreviveram encontraram-se com poucas ferramentas e alimentos em seus novos assentamentos.


No início de julho novos assentamentos foram construídos pelas autoridades que utilizaram trabalho não deportado, mas apenas 250 colonos foram transferidos para lá, devido ao fato que 4.200 novos deportados tinham chegado a Tomsk e foram alojados nestes assentamentos. De acordo com a carta enviada por Velichko a Stalin em 20 de agosto, apenas 2.200 pessoas sobreviveram dos cerca 6.700 deportados que ele calculou tinham chegado de Tomsk. A carta de Velichko resultou em uma comissão para estudar o caso. Em outubro, a Comissão estimou que dos 2.000 sobreviventes, metade estava doente e acamada e que apenas cerca de 200 a 300 eram capazes de trabalhar.


Em 1989, uma testemunha relatou ao Memorial:

Eles estavam tentando fugir, nos perguntaram; "Onde está a estrada de ferro?" Eu nunca tinha visto um trem. Eles perguntaram "Onde está a Moscou? Leningrado?" Eles estavam fazendo perguntas as pessoas erradas: que nunca tinha ouvido falar desses lugares. As pessoas estavam fugindo da fome. Demos a eles um punhado de farinha. Eles a misturaram com água e bebendo-a em seguida, eles imediatamente tiveram diarreia. As pessoas estavam morrendo por toda parte, pois eles estavam matando uns aos outros .... Na ilha havia um guarda chamado Kostia Venikov, um jovem companheiro. Ele estava namorando uma menina bonita que tinha sido enviado para lá. Ele a protegeu. Um dia, ele teve que se afastar por um tempo, e ele disse a um de seus companheiros: "Cuide dela", mas com todas as pessoas de lá o camarada não podia fazer muita coisa .... Algumas pessoas pegaram a menina e a amarraram a uma árvore de álamo, cortaram seus seios, seus músculos, tudo o que eles poderiam comer, tudo, tudo ....

Em 2006 o historiador francês, Nicolas Werth, publicou sobre a história o livro Cannibal Island: Death in a Siberian Gulag (Human Rights and Crimes Against Humanity) sendo o livro traduzido para o inglês em 2007.




Obras indicadas:


Filme:



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Prof. Marcos Antônio Ribeiro dos Santos

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