O psicólogo canadense Jordan Bernt Peterson em uma de suas palestras falou sobre ser cruel com pessoas cruéis e a consequente necessidade do homem incorporar seu lado sombrio. Ele disse: "é impossível você respeitar a si próprio, até que tenha presas, e se você tiver presa perceberá que você é perigoso, ou alguém realmente perigoso, e ai talvez você esteja mais disposto a exigir que você se trate com respeito ou que as pessoas te tratem com respeito. (...) Se você for perigoso, terá autocontrole".
Algumas pessoas presas em filosofias pós modernas que têm como objetivo ser uma "pessoa do bem", ou a "busca da felicidade", não entendem a necessidade da violência, e se tornam aversivas a tudo que é ligado ao uso da força, com medo de serem responsáveis pela sua segurança, se tornando hoplofóbicas. Nesta matéria vamos falar sobre o equilíbrio com as sombras interiores.
Se una a seu monstro interior
O que o psicólogo Peterson disse conforme citado acima sobre a necessidade de ser forte nos faz pensar sobre a dura realidade do caminho inverso que o homem no séc XXI vem seguindo desesperadamente, a "cultura do bem", onde o uso da violência é abominável, se tornando cada vez mais fraco. Na "cultura do bem" as pessoas se proclamam boas e dizem lutar por um mundo melhor e igualitário onde todos serão iguais, ou que estão em busca da "felicidade". A verdade é que existem dois tipos de pessoas que seguem esta ideologia: Pessoas que realmente acreditam nisso e que acabam doentes psicologicamente diante da realidade do mundo, ou pessoas que são má intencionadas e tentam vender uma imagem de lutadores do bem para validar suas ações contra outras que pensam de forma diferente. Infelizmente isso trouxe como consequência uma geração fraca, com medo de ser responsável pela sua própria segurança, que negam o seu lado sombrio, vivendo com o espírito quebrado.
Para nos fortalecer devemos abraçar nossa sombra interior, agrega-la, chegar a um equilíbrio, nos tornando plenos, completos, como já apontava o psiquiatra Carl Gustav Jung, sobre a necessidade de nos unir as nossas sombras, uma vez que nossa sombra está ligada a nós. Desde as culturas antigas sempre a humanidade trouxe a ideia de equilíbrio da luz e das sombras dentro de si. O símbolo chinês do Tao nos trás justamente estas ideias, bem e mal, guerra e paz. A ideia é que estas forças não devem se anular um a outra devem viver em harmonia. Nem a ovelha deve amansar o leão, nem o leão deve devorar a ovelha, deve a ver um equilíbrio no espírito humano. Na filosofia do alemão Friedrich Nietzsche temos o conceito apolíneo e o dionisíaco e a psicanálise temos as forças eros e tanâtos.
A verdadeira autodefesa está alinhada com a ideia de desenvolver a capacidade da violência em situações de excludentes de ilicitude como legítima defesa, legítima defesa de terceiros, e estrito cumprimento de dever legal. Se você procura uma academia de defesa pessoal com ideias como equilíbrio, espiritualidade, ou entrar em contato com forças cósmicas, você não está procurando autodefesa, está procurando ajuda espiritual, um guru ou alguma coisa parecida. Autodefesa é um conceito: sobreviver a tudo e a todos, neutralizando a ameaça. Autodefesa é ser extremamente violento, brutal e feroz, no momento correto.
O "Homem criança" do século XXI: Preocupado com a proteção da natureza, linguagem não binária e outras propostas ideológicas e salvacionistas, não é capaz de pensar em proteger e cuidar dos seus próprios pais, ou cuidar da própria casa.
Um combatente urbano para saber quando agir com violência dentro da proporcionalidade da agressão sofrida tem que sempre estar conectado com um sentimento de justiça interior, sua bússola moral, pois assim agirá em consonante com a situação. Pra salvar sua vida contra um agressor talvez uma mulher de 40 quilos terá de furar um olho, ou cortar a garganta de um agressor de 80 ou 90 quilos. Logicamente ela não está sendo uma pessoa boa, porém estará sendo justa. Justa consigo mesma, justa com sua família que a espera em casa, justa com a sociedade, uma vez que o agressor não é um cidadão, é um violador do contrato social. Esta dificuldade de ligar o gatilho de combatente é que muitas vezes levam o indivíduo moderno a trágicas consequências como a própria morte, uma vez que forças de segurança como a polícia não são onipresentes. E com isso vemos milhares de cidadãos sendo vitimados todo ano com 65 mil homicídios e latrocínio, 62 mil estupros e milhares de roubos e furtos. Não seja um homem criança, se una a sua sombra interior, e encare a selva de pedra como o predador que é.
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