
É triste e decepcionante ver que mesmo hoje em dia mesmo com o conhecimento a distância de um click poucas pessoas realmente procuram aprender e se desenvolver. Se preocupam mais em seguir ídolos, mitos e tendências do que ensinamentos, técnicas e aprendizados. Um bom exemplo disso é a polêmica recente envolvendo o novo filme do diretor Quentin Tarantino: "Era Uma Vez Em... Hollywood", onde são feitas homenagens à indústria cinematográfica dos anos 1960 utilizando personalidades históricas como Sharon Tate, Steve McQueen e Bruce Lee como personagens. Entretanto, como não poderia deixar de ser a participação de Lee gerou polêmica, em determinda cena Lee luta contra o boina verde Cliff Booth, o personagem de Brad Pitt e a luta acaba empatando.
Tarantino afirmou que há uma razão bem simples para que o personagem possa vencer a luta: “Brad não poderia derrotar Bruce Lee, mas Cliff talvez pudesse. Então se pergunte: quem ganharia em uma briga, Bruce Lee ou Dracula? É a mesma pergunta. São personagens fictícios. E eu digo, Cliff poderia derrotá-lo, ele é um personagem fictício.”
O diretor também examinou a história de seu personagem, afirmando que o passado de Cliff Booth como veterano de guerra deixa as chances equilibradas:
“A realidade da situação é essa: Cliff é um Boina Verde. Ele matou muitos, muitos homens na 2ª Guerra Mundial em combates mano-a-mano. É um assassino. O que Bruce Lee está falando na coisa toda, é que ele admira guerreiros e combates, e boxe é uma aproximação de combate. Mais até do que lutas em torneios de artes marciais. Cliff não é parte de um esporte que parece combate, ele é um guerreiro. Se Cliff estivesse lutando contra Bruce Lee em um torneio de artes marciais no Madison Square Garden, Bruce Lee poderia matá-lo. Mas se eles estivessem lutando em uma selva nas Filipinas, em uma luta mano-a-mano, Cliff o mataria.”
A explicação de Tatrantino só piorou e as redes sociais explodiram de críticas dos fãs do "mito" Bruce Lee. Como sempre as críticas em todas as redes sociais eram as mais absurdas possíveis:
"Bruce um mestre máximo apanhar de um boina verde? É muita utopia."
" Bruce foi o maior lutador vivo, assim como Donnie Yen na atualidade."
"Kung fu á a luta mais perfeita e poderosa e Bruce Lee é seu maior representante."
" Tarantino é megalomaniaco nunca vi tanta merda, Bruce Lee era um sobre humano.
"Não existe ser humano que vive ou viveu que venceria Bruce Lee mesmo armado".
"Os maiores lutares da história humana: Bruce Lee, Jet Li e Donnie Yen."
A grande verdade é que essas pessoas que escreveram esses tipos de comentaram seguem o mito e não a sabedoria que Bruce deixou. Isso é triste, pois Bruce em sua vida e obra sempre pontuou a importância do praticante encontrar seu próprio caminho e "se expressar de forma honesta".
Ele chegou a desenvolver toda uma filosofia, o jet kune do, para que o praticante entendesse que ninguém é mais do que ninguém. Estilos só servem para confundir e deixar o combatente dependente de federações que pouco se importam com a evolução do praticante. Se preocupam apenas em vender tradição e mito do que fortalecer as pessoas. Em seu livro Tao do Jet Kune do ele é extremamente agressivo e contundente com as artes tradicionais chinesas que ele se referia ironicamente como "confusão marcial", devido seus movimentos coreográficos consequência da reforma de 1954 organizada por Mao Tse Tung na qual as artes marciais foram modificadas apenas para eventos esportivos nascendo o Woshu artistico, taolu e o Sanda. Já que Mao assim como qualquer ditador proibiu e extinguiu a prática de arte marciais que existiam e eram focada em autodefesa.

Infelizmente a maioria dos praticantes de artes tradicionais ficam orgulhosos em dizer que conhecem seus filmes, assistiu todos os documentários narrando os feitos sobre humanos de Lee, e até chegam ao absurdo de colocar posteres em suas academias de artes tradicionais como se o Bruce Lee fosse praticante e defensor de tais artes. Nunca se preocuparam de fato em ler seus ensinamentos que ele deixou no Tao do Jet Kune do. E detalhe importante ele recomendava que depois que lesse o Tao deveria esquece-lo. O Lee queria dizer:
SIGA SEU PRÓPRIO CAMINHO PARA CRIAR SUA AUTODEFESA, ADQUIRA CONHECIMENTO FORTALEÇA SEUS PONTOS FORTES E SE ADAPTE.
Isso me lembra um fato que aconteceu com o filósofo indiano Jiddu Krishnamurti em uma de sua palestras onde ele aconselhava as pessoas ao autoconhecimento e a não seguir instituições, seja religiosa ou qualquer outra mas descobrir o seu eu superior por meio de meditação e analise pessoal. Em dado momento uma pessoa que estava na platéia perguntou de forma ironica: Você é um Messias?
Porém ele respondeu calmamente: "Se sou ou não um Messias você nunca saberá, pois está preocupada com a aparência do pote e não com seu conteúdo."
Outro exemplo comum relacionado com a doutrinação cega que podemos observar é que muitas pessoas se dizem seguidoras de determinado seguimento religioso. O praticante não procura ler o livro da sua religião e tirar suas conclusões ele quer a resposta pronta do Padre ou do Pastor que estão em um nível superior de entendimento. Assistem filmes ligados a sua religião, vão aos cultos ou missas mas são incapazes de entender a simplicidade do que sua religião diz: Seja livre de doutrina, cresça e se torne a luz e ajude seu próximo. Por isso eu sempre gosto de mencionar uma frase que li em um livro de autoajuda certa vez: "Não seja Cristão seja Cristo, não seja budista, seja Buda. Se torne a luz em sua vida". Aqui nesta matéria eu poderia acrescentar: não seja brucelista seja Bruce Lee, monte a atudefesa adequada a você para proteger sua família e entes queridos.

Lembre-se: O sobrevivencialista e combatente urbano faz seu próprio caminho, é o seu próprio mestre, não procure por um Mestre Yoda pra chamar de seu. Seja questionador, faça cursos em lugares credenciados com profissionais com experiência em área de segurança. Afinal autodefesa é um investimento para proteger a sua vida e daqueles que o cerca. Semper fie.
Dúvidas? Sugestões? Deixem nos comentários. E nos ajude a lutar por uma internet livre onde possamos aprender e compartilhar conhecimento, sem restrição.

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